Após quatro anos de intenso enamoramento barroco, quatro anos destemidos de Bach em todo o seu esplendor teocrático, desde as Paixões e as Cantatas do John Elliot Gardner, os Brandenburgueses – a banda sonora da minha existência – os Concertos para Violoncelo, as suites para Orquestra BWV 1066 a 1070, após todo esse divino e eterno Bach que sobreviveu a infidelidades tão cruéis quanto o enamoramento pela Sagração da Primavera do Stravinsky, pela Quinta de Malher, ou os concertos de Rachmaminov – não referindo as saisons em que fiz as malas e abandonei toda a lógica da existência com os concertos para piano do Nyman, ou com os Préludes do Debussy –, após todo esse destilar etéreo de beleza inaudita, eis que escuto Beethoven e me apercebo, ainda que levemente e apenas a espaços, de uma melodia que, ainda que sofrível e lourde, é quase suportável e digna de se inteirar do meu sistema auditivo.
1 comment:
Evoluis, portanto...
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